Trabalho entre jovens na América Latina e Caribe
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Jovens têm ocupações precárias
Dois em cada três jovens entre 15 e 24 anos na América Latina e Caribe trabalham em atividades informais, sem cobertura de previdência social e com remuneração inferior ao salário mínimo. A informação faz parte do diagnóstico Juventude e trabalho decente na América Latina e Caribe, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em 2005, dos 106 milhões de jovens que viviam nessas regiões, 48 milhões trabalhavam, 10 milhões encontravam-se desocupados e cerca de 48 milhões estavam inativos. Do total de jovens pesquisados, 49 milhões declararam estar estudando, 22 milhões não estudavam nem trabalhavam.
Na avaliação da diretora do escritório da OIT Brasil, Laís Abramo, o fato de 30 milhões do universo de 106 milhões de jovens que vivem nessas regiões atuarem na informalidade demonstra que o Estado precisa se fazer mais presente.
- Não basta apenas gerar qualquer tipo de emprego, sem as garantias sociais mínimas. São necessárias políticas de incentivo à geração de postos de trabalho que ofereçam condições decentes de trabalho - afirmou.
O diagnóstico mostra que, mesmo quando trabalham, os jovens têm remuneração, em média, 56% inferior a dos adultos. A falta de alternativas econômicas empurra os jovens para ocupações precárias, que seguem a distribuição de mercado da região. Segundo o estudo, os jovens respondem por 20% do emprego, mais de 31% deles possuem escolaridade acima das pessoas que estão no mercado de trabalho e 40% têm acesso a tecnologias de informação. Eles recebem, no entanto, apenas 10% da renda do trabalho. A OIT atribui essa precariedade à quebra na dinâmica do trabalho nessas regiões nas últimas décadas.
Outro dado relevante da pesquisa é que, apesar do avanço da escolaridade das mulheres, superior à dos homens, elas são mais afetadas pelo desemprego. Entre os que estão desocupados e não estudam, 22 milhões (72%) são do sexo feminino. E desse contingente, 56% têm idades entre 20 anos e 24 anos.
A alta taxa, segundo a OIT, é justificada pela deserção escolar e pela dificuldade de entrar no mercado de trabalho por ser do sexo feminino. Já os homens representam 28% dos que não trabalham nem estudam. Conforme a OIT, 16% das mulheres que integram o grupo de 48 milhões de jovens que trabalham exercem atividades domésticas.
- Não é apenas a escolaridade que prejudica as mulheres. É também a diferenciação sexual na hora das contratações - concluiu Laís.
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